Esta semana fui ver o típico filme desta quadra, de nome New Year's Eve. Muitos dirão que estes filmes estão carregados de clichés (não o nego) e que algumas cenas finais deste são bastante irrealistas, mas independentemente desses esperados desfechos, estes filmes não deixam de ser motivadores e positivos, contagiando quem os vê com a alegria característica da época.
New Year's Eve é um filme razoável, que consegue alguns momentos de humor brilhantes.
Apesar dos habituais clichés há aqui algumas nuances bastante curiosas que dão um fôlego diferente a esta experiência cinematográfica.
Não é novidade nenhuma todas as resoluções, sonhos e objectivos que cada um de nós tem anualmente neste momento, bem como a mensagem principal ser sempre saúde, paz e amor. Parece tão banal, mas à medida que o ano vai passando parece ser tão difícil de pôr em prática. Viver em paz connosco e com os outros, viver plenos de amor por nós e pelos que nos rodeiam (o que inclui o chico-esperto que se atravessa na nossa frente, o azelha que teima em atrasar toda a gente ou o palhaço do impaciente atrás de nós) é um lugar-comum, mas não deixa de ser verdade. Até mesmo a saúde, embora nem sempre nas nossas mãos, não deixamos de ter impacto nela, seja no que comemos ou no exercício físico que fazemos (ou que dizemos sucessivamente que vamos fazer no início de cada ano). É urgente sermos mais gentis para connosco e para com os que nos rodeiam, mesmo que aparentemente as pessoas nos retribuam da pior forma possível. A delicadeza e a cortesia tornam o mundo um lugar muito melhor, tal como um sorriso consegue fazer maravilhas e iluminar mesmo os momentos mais negros.
Para que não nos deixemos cair no que Eugénio de Andrade descreveu:
"Passamos pelas coisas sem as ver
Gastos, como animais envelhecidos:
Se alguém chama por nós não respondemos,
Se alguém nos pede amor não estremecemos,
Como frutos de sombra sem sabor,
Vamos caindo ao chão, apodrecidos."
Também nas suas palavras:
"É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
Ódio, solidão e crueldade,
Alguns lamentos,
Muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
Multiplicar os beijos, as searas,
É urgente descobrir rosas e rios
E manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
Impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
Permanecer."
Esta época de balanço relembra-nos que a resiliência está dentro de nós e que tal como o ano se renova, também nós nos podemos renovar.
E é por isso que o discurso da personagem de Hilary Swank, embora aparentemente não traga nada de novo, não deixa de ser bom lembrar e relembrar.
A todos: um 2012 muito FELIZ!!!