segunda-feira, 14 de novembro de 2011

In Time




Vi este filme no dia de estreia (passada quinta-feira) e devo dizer que a premissa é bastante aliciante: num futuro (não muito distante) as pessoas vivem até aos 25 anos, ano a partir do qual a sua aparência não se altera e possuem apenas um ano de vida. Assim, todo o seu trabalho, todos os seus bens essenciais, todo o trading é realizado em tempo. As pessoas compram e vendem horas de vida para (sobre)viver.
Tendo em conta o ritmo de vida do mundo actual, esta temática não podia ser mais certeira para “os tempos que correm”. De facto, o tempo corre e nós corremos cada vez mais atrás dele. Trocamos horas de vida por um salário que nos permita viver confortavelmente, como gostamos de pensar. Assim, em última instância, o ideal será trocar horas de vida por algo em que acreditemos (façanha nem sempre possível no tempo presente).
Há quem diga que existem dois dramas do tempo moderno: a questão do tempo a menos e a problemática do tempo a mais.
Eu acho que o tempo nunca é demais. Simplesmente fomos criados e educados a um ritmo louco, em que possuir horas de vida para o dolce fare niente passam de sonho a pesadelo, de desejo a maldição, porque não fomos preparados para lidar com a abundância de tempo; apenas com a sua escassez.
O próprio filme demonstra que tempo a mais pode bem ser a pior praga que assola o ser humano - afinal é a irrepetibilidade e unicidade de cada momento que tornam a vida tão especial. No entanto, o ser humano tem tendência para buscar repetidamente a eternidade em cada coisa que faz.
Por muito tempo que tenhamos (ou que pareça que temos) verificamos (ou verificaremos) que se trata apenas duma ilusão que passa com brevidade, com a certeza de que nada permanece; sobretudo o tempo.


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