domingo, 29 de janeiro de 2012

My Week With Marilyn


Michelle Williams: lembro-me de a ver pela primeira em Dawson's Creek e de a detestar. Depois veio Brokeback Mountain, Shutter Island e Blue Valentine, entre outros, e a minha admiração por esta actriz cresceu na mesma proporção em que a que sentia pela companheira na série (Katie Holmes) decresceu. Williams casou-se com Heath Ledger (outro talentoso e promissor actor) com quem teve uma menina. Ledger faleceu há pouco tempo, deixando o mundo do cinema mais pobre.
Williams tem vindo a revelar-se uma actriz magnífica em cada novo papel. Jamais me esquecerei da cena da revelação em Brokeback Mountain ou do olhar perdido em Shutter Island.
Mas é neste My Week With Marilyn que Williams brilha de forma estrondosa.
A sua prestação é dum enorme talento, conseguindo ser simultaneamente frágil e sensual, insegura e sexy, desequilibrada e doce.
Para além da actriz, todo o restante leque de actores é duma mestria singular, nomeadamente Kenneth Branagh e, uma das maiores e mais espantosas actrizes de sempre (que tem outro filme em cartaz que tenciono ver em breve) Dame Judi Dench. Palavra especial para Eddie Redmayne que possui uma representação notável.
É por filmes desta envergadura que se sente que os actores são mesmo feitos da mesma matéria de que são feitos os sonhos.
Marilyn Monroe foi um dos maiores ícones de sempre, eternizada em inúmeras obras no grande ecrã. A sua imagem universal contrastava com o ser inseguro e frágil que se escondia por detrás daquela aparência bombástica.
Frequentemente as pessoas que parecem mais divertidas e alegres são tristes e deprimidas e a imagem que temos dum grande ídolo não costuma ter lugar para medos e angústias, sentimentos tão humanos, que não podem de maneira alguma ser atribuídos a deuses.
Mas as coisas e as pessoas são como as vemos e não como julgamos que são e os deuses existem apenas na nossa cabeça.

"Nous ne voyons pas les autres comme ils sont, nous les voyons comme nos sommes."
Anais Nin

Man On A Ledge


Um Homem No Limite é um filme de acção (género que eu adoro).
Quem for apreciador de action movies gostará certamente deste.
Não é um filme genial, é apenas um filme de entretenimento que cumpre perfeitamente a sua função.
Uma história interessante, sequências de adrenalina e momentos de humor e estão lançados os ingredientes para um agradável serão.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Casa Viva no Porto

Antes de mais é de felicitar a Casa Viva e o que ela representa.
Numa excelente iniciativa da Casa Viva no Porto serão exibidos diversos filmes aos domingos e segundas a partir do próximo fim de semana.
Poderão encontrar mais informações aqui:
http://casa-viva.blogspot.com/

Contribuição de ISL

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

The Descendants

 
Antes de mais começo por referir que não sou nem nunca fui particularmente fã de Clooney.
Como tal, reconheço que faz neste filme uma boa interpretação (como o fez noutros), mas não posso dizer que tenha ficado petrificada perante a sua prestação.
The Descendants é um filme sobre todos nós. Sobre as nossas angústias, sobre as nossas irritações, sobre a nossa maneira de lidar com os sentimentos mais adversos. É um filme sobre a família, sobre as relações entre pais e filhos, sobre a relação connosco próprios e sobre a maneira de nos libertarmos.
Já o disse antes e volto a repetir: é no contacto com os outros que nos vamos conhecendo e superando sucessivamente.
Este filme é sobre todo esse tipo de contactos e a impacto que têm nas nossas vidas.
Às vezes vemo-nos confrontados com situações inesperadas e dramáticas, que achamos que só acontecem na vida dos outros, mas inevitavelmente tocam a todos. Este filme é sobre isso mesmo e sobre o caminho que esta família encontra e, em particular, o percurso do pai de família.
Ambas as filhas são magnificamente interpretadas por duas jovens actrizes, das quais creio que ouviremos falar em breve.
Alexander Payne dirige de forma segura e mantém as tiradas de humor habituais.
As paradisíacas paisagens do Havai dão grandiosidade às cenas, contrastando com a grandiosidade do momento que os protagonistas vivem.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

The Girl With The Dragon Tattoo - Os Homens Que Odeiam As Mulheres



Antes de mais é importante referir que este filme é baseado no primeiro livro da trilogia Millennium de Stieg Larsson e que, segundo consta, a tradução literal do título é Os Homens Que Odeiam As Mulheres (embora este nome se coadune de forma perfeita com o filme é bem mais pesado do que a frase em inglês).
Nessa medida, é também importante referir que a trilogia já foi adaptada a cinema na Suécia (país de origem do autor). Diz quem viu o primeiro volume que é duma elevadissíma qualidade e que Noomi Rapace (a mesma actriz do último Sherlock Holmes A Game Of Shadows) estava divinal. No entanto, a distribuição dum filme sueco não é, como se sabe, a mesma dum filme americano. Assim, este volume chegou a Portugal com honras de grande estreia, um trailer incrível, uma estrela internacionalmente reconhecida e talentosa (de nome Daniel Craig) e um dos mais competentes realizadores da actualidade.
David Fincher, realizador de nomes como Seven, The Game, Fight Club ou The Social Network nunca desilude. Aqui mostra mais uma vez a sua enorme mestria.
O livro de Larsson possui uma história cativante, que prende desde o primeiro momento. Não tendo lido o livro, nem visto a primeira adaptação cinematográfica, não posso falar como se conhecesse todo este universo, mas posso dizer que o filme é tão pesado como apaixonante.
Fincher dirige com elevado rigor e a investigação em curso é magistralmente desenvolvida.
Rooney Mara interpreta aquele que será o papel principal do filme, numa soberba composição desta personagem particular.
Para além de Mara e Craig temos secundários de peso, nomeadamente Christopher Plummer, Stelan Skarsgaard, Robin Wright, Joely Richardson e, claro, Yorick van Wageningen (que tem um papel tão abominável, como perfeitamente interpretado).
The Girl With The Dragon Tattoo é assim um interessante e curioso jogo de mistérios e segredos, que enredam o espectador durante toda a película.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Final Scene de In The Mood For Love

Em Angkor Wat, uma das mais majestosas construções humanas, na civilização perdida no meio da selva do Cambodja, Chow revela o que não pode ser revelado:

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

That Was A Good Day


"I once travelled with a guy who was taking me to Faya. He didn't speak for nine hours. At the end of it he pointed at the horizon and said: Faya. That was a good day."
Lazlo de Almasy (Ralph Fiennes) - The English Patient

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Good Fellas


"You know, we always called each other good fellas.
Like you said to, uh, somebody, "You're gonna like this guy. He's all right. He's a good fella. He's one of us."
You understand? We were good fellas. Wiseguys."
Henry Hill (Ray Liotta) - Goodfellas (1990)

Contribuição de ISL

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

All Faces


"Maybe all men got one big soul everybody's a part of, all faces are the same man."
Private Witt (Jim Caviezel) - The Thin Red Line

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Always Insist


"Why is it that people who can't take advice always insist on giving it?"
James Bond (Daniel Craig) - 007 Casino Royale

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

The Way



The Way é antes de mais um filme com Martin Sheen. Este actor (que também entra no excelente filme de espiões The Double, em exibição nos cinemas) é um dos mais versáteis e talentosos senhores do mundo cinematográfico.
Pai de Charlie Sheen e de Emilio Estevez, The Way é da autoria deste último.
Este filme retrata a história dum pai que após a morte do filho (interpretado por Emilio Estevez) durante peregrinação a Santiago de Compostela (pelo caminho francês) decide fazer esse mesmo percurso.
Ao longo do filme, vamos conhecendo as mais diversas e rocambolescas personagens e o protagonista vai-se revelando. Vamos também testemunhando todo o tipo de situações e lugares que se deparam com os peregrinos.
É, sobretudo, nos momentos singulares da vida que nos confrontamos connosco próprios.
Um filme rico na sua simplicidade, que mostra que nunca é demasiado tarde para encontrar o caminho. 

domingo, 15 de janeiro de 2012

Machine Gun Preacher



Machine Gun Preacher (O Rebelde Salvador) foi mais um filme que estreou discreto nas nossas salas.
Realizado por Marc Forster (o mesmo que nos trouxe filmes marcantes como Monster's Ball ou Finding Never Land) e (brilhantemente) interpretado por Gerard Butler, este filme traz-nos a história verídica e comovente de Sam Childers, um incansável e admirável lutador que se dedica a ajudar as crianças do sul do Sudão.
Childers e a sua esposa Lynn (numa excelente interpetação de Michelle Monaghan) fundaram um Orfanato em Nimule (Sudão), onde actualmente abrigam cerca de trezentas crianças.
A resiliência de Sam e Lynn são absolutamente exemplares e incrivelmente admiráveis.
A primeira viagem de Sam ao Sudão foi em 1998, tendo tomado contacto com os actos da Lord's Resistance Army (LRA), que descreveu como atrocidades.
A LRA é liderada por Joseph Kony. Crê-se que mais de 50.000 crianças foram raptadas. Normalmente estas crianças são obrigadas a ser crianças-soldado ou escravos sexuais.
Milhares de crianças ficaram orfãs na sequência dos brutais ataques a aldeias remotas no sul do Sudão e norte do Uganda.
O orfanato fundado pelo casal já abrigou mais de mil crianças.
Childers luta activamente com a LRA. Escreveu um livro de nome Another Man's War, expondo a sua luta e a sua experiência em África.
Poderão ser feitos donativos, aqui:
http://www.machinegunpreacher.org/donate/
Bem como, saber mais pormenores sobre esta luta incansável.

Machine Gun Preacher é um filme tocante, que coloca tudo em perspectiva e que utiliza uma das maiores armas do cinema, como veículo de propaganda, para um problema real e actual, sensibilizando todos os que o experienciarem. Nesse sentido é louvável o trabalho de Forster, que tem vindo sucessivamente a expor e divulgar problemas mundiais através da sua arte, que de outra forma possivelmente não chegariam até nós.
Obrigada Forster!

Imperdível!





sábado, 14 de janeiro de 2012

The Double


Em português "O Espião Fantasma" estreou discretamente nas nossas salas de cinema.
Acabei por ir ver com os meus pais, à falta de melhor escolha. "Richard Gere, espiões - hum este deve escapar" - pensámos nós. E, qual não foi o nosso espanto, quando percebemos que estávamos a testemunhar um complexo e interessante enredo de espionagem?
The Double não será o melhor filme do género, mas é uma surpresa extremamente agradável, que vale a pena considerar.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Carnage


Sim: hoje é sexta-feira treze. Não: este filme não é mais um sobre massacres e carnificinas, conforme o título parece indicar.
Este filme é uma belíssima obra - ou não fosse dirigido por um senhor que nunca desilude: Polanski. Para além da mestria do realizador, o grupo de actores é da mais fina nata (esta já perfeitamente internacionalizada): Jodie Foster, Kate Winslet, Christoph Waltz e John C. Reilly. E, como não podia deixar de ser, cada um deles é perfeito no papel que interpreta.
Carnage (em português: O Deus Da Carnificina) nasce duma peça de Yasmina Reza (que segunda consta é dum talento imenso), que se confirma para qualquer um que veja o filme. O argumento é magistral, desconstruindo tudo o que viver em sociedade representa, quer no contacto com os outros (externos ao nosso meio familiar), quer no convívio com os outros (pertencentes ao nosso meio familiar), quer (em última instância) no seio dos outros (os que estão dentro de cada um de nós e que tantas vezes nós próprios parecemos desconhecer (possivelmente porque só se revelam no contacto ou convívio com os outros, outros)).
Um sentido de humor, algo negro e refinado, atravessa todo o filme, sobretudo na cena final.
Cru e intemporal, Carnage mostra que ainda vai havendo cinema de elevada qualidade.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Another World


"I've seen another world. Sometimes I think it was just my imagination."
Private Witt (Jim Caviezel) - The Thin Red Line

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

All About Eve



Este foi o primeiro filme que vi dessa grande musa do cinema que foi Bette Davis. Fiquei maravilhada com o carisma duma das melhores actrizes de sempre. Não sendo uma mulher com a típica beleza dos anos dourados, Davis deslumbrava com a sua presença e os seus olhos magnéticos.
Este filme é incrível. Uma história relativamente simples sobre inveja e ambição, dirigida com a excelência de Mankiewicz transforma-se num dos melhores filmes que vi.
Inveja e ambição dois dos sentimentos mais feios, sobretudo quando são desmesurados, não deixam por isso de ser profundamente humanos. Almejar o que o outro tem é possivelmente um dos sentimentos mais antigos da humanidade. A ambição cega. A inveja corrói. Possivelmente, tal deve-se ao espírito competitivo, aparentemente tão característico da Humanidade.
Quem se compara ad eternum com o vizinho será sempre um ser insatisfeito e, consequentemente, infeliz, que não consegue estar bem por si e para si. Conforme refere Luhrman em The Sunscreen Song: "sometimes you're ahead sometimes you're behind, the race is long and in the end it's only with yourself".
Por outro lado, negar que tais emoções existem é estupidez. Tais emoções fazem naturalmente parte do ser humano e à medida que se vai envelhecendo aprende-se a lidar com esses demónios, até que não passem a meras notas de rodapé da mente.
Cabe a cada um proteger-se de si próprio e do olhar alheio, esta segunda façanha aparentemente mais dificil, sobretudo quando esse olhar é tão dificil de distinguir, conforme em All About Eve.

Trailer de The Thin Red Line

Para mim, um dos mais belos trailers que já vi e um dos filmes mais brilhantes que já experienciei.
Aquele que é a par de The English Patient o filme que mais me marcou.
Recheado de momentos memoráveis, fica o trailer:

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sherlock Holmes A Game Of Shadows

 
Fui ver mais um Sherlock Holmes; desde que este singular personagem foi reinventado.
Guy Ritchie realizou ambas as obras que refrescaram o detectivesco personagem.
O Holmes de Ritchie é grosseirão, directo e faz uso de métodos pouco ortodoxos (ou não fosse a personagem interpretada pelo brilhante Downey Jr.). Cabe a Dr. Watson ser o cavalheiro da saga, pertencendo a Jude Law a reencarnação da personagem. À volta deste par gravitam os mais curiosos e diversos personagens. Faço uma nota especial a uma actriz incrível que muito admiro de nome Rachel McAdams, que parece poder ser a única portentora do coração de Holmes.
Este A Game Of Shadows é mais negro e imprevísivel do que o primeiro. Ritchie filma duma maneira peculiar, que nem sempre agrada ao comum espectador. Acho que o que torna o filme tão singular é justamente essa maneira de filmar, nomeadamente as cenas de acção e a deliciosa sequência do grande ataque (ou  não fosse eu admiradora do estilo de Ritchie).
 
O que seria de Holmes sem Watson?
Watson é o fiel companheiro. É aquela pessoa que todos temos ou queremos ter, cúmplice de façanhas e pensamentos. Aquela pessoa que nos leva cada vez mais longe, no convívio da qual nos tornamos cada vez melhores. Geralmente do mesmo sexo, é aquele amigo/a cuja simples presença nos desafia a irmos cada vez mais longe, cuja imprescindível presença é decisiva para vencermos os obstáculos. É a pessoa que dá sal.
E tão imprescindível como este parceiro, é o ser que nos desafia pelos motivos opostos.
O que seria de Holmes sem este vilão, que parece ser o único à altura da genialidade do protagonista?
Este vilão dá um travo picante à história e representa o que todos ansiamos: o derradeiro desafio. Haverá algo melhor do que alguém que reune as características que nos inebriam e levam as nossas capacidades ao limite? Alguém que passa do delicioso a um inesquecível sabor. 
Um filme refinado com portentosas cenas de acção e um aromático sentido de humor.

domingo, 8 de janeiro de 2012

sábado, 7 de janeiro de 2012

Sleepless In Seattle


Recordo-me de ter este filme gravado numa cassete antiga e de o ver repetidamente quando era pequenita e acreditava que Tom Hanks e Meg Ryan seriam sempre dois actores que admiraria.
Chamaram-lhe Sintonia do Amor e, aparentemente, se há filme que esteja sintonizado naquilo a que chamam de amor é este. Aparentemente porque depende do que é o amor e o amor é diferente para cada pessoa. Para uns é essa coisa mágica e inexplicável que o filme mostra. É no fundo um passo no vazio, um acto de fé. Para outros é um refúgio, um porto seguro, a certeza nos dias mais imprevísiveis e negros. É a coragem para enfrentar as intempéries. É o encontro com a força que tantas vezes nos parece faltar dentro de nós próprios.

O amor é liberdade. É livre como o vento. Não é controlável nem previsível. Simplesmente acontece. Tentar dominá-lo ou domá-lo de alguma maneira é anti-natural. É como colocar uma anilha num pássaro.
Mas o ser humano tem medo. Tem medo da rejeição, do abandono, da solidão, da morte. E a maneira de combater esse medo é através do amor. Só que os modelos da sociedade impõem a vivência do amor duma maneira muito mais regrada e controlada do que seria suposto que a nossa natureza o vivesse. Impõem uma certa obrigatoriedade na vivência do amor como forma de eclipsar o medo ou capturar a força interior. (Que faz sentido se falarmos dum amor geral e incondicional, mas não se nos referirmos ao amor romântico a que este post se dirige.)

Todos queremos acreditar que há uma certa magia, uma certa simplicidade e facilidade nesse passo de fé. Todos queremos acreditar que o encontro, representado de forma magistral no topo do Empire State Building  num dia especial (num piscar de olhos ao An Affair To Remember, constantemente mencionado ao longo do filme), é mesmo possível.
E é! Só não acontece assim tantas vezes como isso. E quando acontece, temos mesmo de o agarrar, porque o tempo é irreversível.

E é por isso que filmes como Sleepless In Seattle irão sempre povoar o imaginário de todos os sonhadores.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Almost Famous


Tinha dezasseis anos quando vi este filme, no cinema, pela primeira vez. Recordo-me perfeitamente do genérico, que começava com alguém a escrever a lápis o título do filme. E recordo-me do impacto que teve no meu imaginário juvenil: tornou-se de imediato um dos meus filmes preferidos, e ainda hoje o recordo dessa forma.

A música (como é natural, tendo em consideração a temática base) é duma enorme riqueza, dando vida a alguns dos momentos mais mágicos do filme.
O leque de actores foi brilhantemente escolhido, sendo as interpretações duma sintonia perfeita, havendo inclusivamente duas actrizes nomeadas para a categoria de melhor actriz secundária dos Óscares da Academia (Frances McDormand e Kate Hudson).
O argumento é soberbo e não é por acaso que vence o prémio de melhor original nesse ano.
Basicamente a história centra-se num rapaz certinho que vai acompanhar uma banda de rock durante a digressão em que se consagrarão como um dos grupos mais mediáticos e promissores da época. O filme é baseado na própria experiência do realizador.

A juventude é uma das épocas mais bonitas da vida. Normalmente a percepção desse facto só chega anos mais tarde com uma certa maturidade. A juventude é a época de descobertas, sonhos e risos. Pode ser dramático, por vezes, crescer; sobretudo à medida que nos vamos apercebendo e ganhando consciência dessa inevitabilidade e, consequentemente, da irreversibilidade do que se experiencia. Há coisas que acontecem uma só vez, mesmo que as repitamos até à exaustão, porque cada vivência é única e irrepetível. Essa descoberta pode provocar uma sede de viver, que aliada a uma certa inocência característica da idade, originam uma série de loucuras e alegrias que tornam esta fase extremamente esplendorosa. Mas, como em muitas coisas da vida, só nos apercebemos disso depois dos momentos passarem no tempo, mas se nos revelarem na mente ou no coração vezes e vezes sem conta.
É nesses momentos (em que ansiamos pelo que aí vem, ou em que relembramos o que passou) que muitas vezes desvalorizamos e esquecemos a única coisa na qual podemos realmente ter um impacto directo: o presente. Esquecemos também que só existe uma maneira de honrarmos esta dádiva que se nos estende diariamente (e que, por essa razão, subestimamos sucessivamente): vivê-la intensamente. O mais importante não é onde estamos e, por vezes, nem mesmo com quem estamos; mas sim como nos sentimos: “I have to go home.” “You are home!”.

A amizade é um dos pilares mais importantes da juventude (diria até do ser humano), é nela que nos revemos, que nos apoiamos, que nos descobrimos. É também nela (com ela e/ou por ela) que nos construímos e fortificamos, à medida que o que nós esperamos do mundo e o que o mundo nos dá vão ou não sendo a mesma coisa. Este processo é natural e desejável, só que muitas vezes esquecemos os sonhos e risos e achamos que já não há mais descobertas.
A descoberta é diária, se escolhermos viver com olhos de descoberta e, consequentemente, os risos serão mais frequentes (e intensos) e os sonhos serão intermináveis. Ou nas palavras de James Dean: “Dream as if you’ll live forever, live as if you’ll die today.”

Sometimes we don’t know it and when we do, we constantly forget it along the way, but: “Home is where the heart is.” And the heart is always where we are!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Never Say Never em The Long Hot Summer

Gosto imenso deste filme, em que Newman e Woodward se cruzaram pela primeira vez no grande ecrã. Muitas das cenas estão carregadas duma sensualidade subtil e intensa, tal como neste duelo entre ambos, em que Newman profere o célebre "never say never" e desafia Woodward de que no final ele sairá vitorioso "maybe, just maybe, you might be safe from me".
Mítico!!!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Cinema no Porto

E porque Coimbra não é a única cidade que festeja cinema, aqui ficam as informações sobre o ciclo de cinema italiano do Teatro Campo Alegre no Porto, a decorrer todas as terças até Março:

http://www.vousair.com/agenda/details/4712-ciclo-classicos-do-cinema-italiano.html

Cinema em Coimbra: Inspiração!


Hoje à noite será exibido o Paris Texas de Wim Wenders no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, numa magnífica iniciativa cultural.
Confesso que nunca vi este filme, mas tenciono mudar isso em breve. E, com este mote inspirador, não tenho como adiar muito mais uma obra desta envergadura. Se pudessemos ir todos até Coimbra hoje à noite, certamente teríamos uma experiência cinematográfica mágica.
Espero que esta iniciativa (sobre a qual poderão ler mais aqui: http://www.cnoticias.net/?p=63819) se comece a espalhar por diversas cidades brevemente. E, até lá, podemos sempre tentar acompanhar o apelativo cartaz previsto para o Mosteiro, que exibirá todas as terças-feiras obras cinematográficas desde Johnny Guitar a 2001: A Space Odyssey, passando por Nosferatu, Taxi Driver ou Vale Abraão.
Quero felicitar e agradecer ao Fila K Cineclube de Coimbra e ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha (dependente da Direcção Regional da Cultura do Centro).
Parabéns! E obrigada!!!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

Freedom Speech em Braveheart

Possivelmente um dos maiores hinos à vida e à liberdade representados numa simples cena de cinema.
Because each day when you wake up you only have one chance, just one chance (and maybe this is a thought to hold through the New Year):

Just Because



"Jus because you've done something once doesn't mean you keep doing it."
Vesper Lynd (Eva Green) - Casino Royale