segunda-feira, 28 de maio de 2012

Who Does?



"Too bad she won’t live. But then again, who does?”
Gaff (Edward James Olmos) - Blade Runner

Gentil inspiração de outro cinéfilo

sábado, 26 de maio de 2012

sexta-feira, 25 de maio de 2012

The Way It Is



“If that’s the way it has to be, then that’s the way it is.”
Richard (Leonardo DiCaprio) - The Beach

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Mad Men



Embora a caixinha mágica seja um caso muito à parte do mundo da magia, há algumas obras que merecem lugar de destaque. Mad Men é um desses casos.

As séries arrastam-se ao longo do tempo (o que normalmente deteriora a qualidade da obra), mas conseguem criar uma ligação entre as personagens e o espectador de forma tão intensa como o cinema. Acompanhar a vida de meia dúzia de personagens, ao longo de diversas temporadas, quando é um trabalho bem desenvolvido torna a experiência divinal. Cria-se uma certa proximidade com todos aqueles seres que acompanhamos religiosamente ao longo de semanas e semanas.

A vida numa agência de publicidade, durante uma época (aparentemente) muito longínqua da nossa.
As pessoas vestiam-se impecavelmente, sendo a indumentária masculina e feminina marcadamente distintas, as mentalidades começavam a mudar – devagar, muito devagar – à medida que um mundo de possibilidades parecia abrir-se gradualmente (e à custa de muito esforço) para o universo feminino.
Nunca uma série retratou tão bem a abismal diferença entre sexos e a conquista de poder por parte duma minoria.
As mudanças que se verificaram em cerca de meio século são abismais, tal como as semelhanças entre o agora e o antes. É extraordinário como o mundo parece mudar tanto e (ao mesmo tempo) manter-se na mesma. Ou como diria Don Fabrizio Salina: "Perché tutto rimanga com'è che bisogna che tutto cambi." 

A simultânea necessidade de presença e afastamento dos outros, a necessidade de estar só para colmatar a solidão crescente nas actividades sociais, o vazio que assola quando se alcançam as tão esperadas metas, a inquietude duma sociedade de aparências e os segredos que cada um transporta.

Don Draper é um solitário por excelência. Prova disso é o final da quarta temporada (que quase me impedia de recomeçar a ver a quinta...). Mas continuei e devo dizer que continuo tão satisfeita como quando comecei (e pode-se acrescentar que todos os solitários podem ser quebrados).

A enorme riqueza e versatilidade de Mad Men está no facto de nenhuma daquelas personagens ser perfeita ou linear, a começar pelo protagonista.

Uma série brilhante, com um óptimo elenco e uma época impecavelmente reproduzida. 

"It’s toasted!"

sábado, 12 de maio de 2012

Der Himmel über Berlim


Uma ideia genial, actores soberbos e um argumento imenso dão origem a um dos filmes mais assombrosos que o cinema deu à luz.
Wim Wenders é uma referência notória da sétima arte e, se deslumbra em Paris Texas, em Wings Of Desire leva-nos ao paraíso.
Anjos que se movem entre humanos, ocultos, desconhecidos, invisíveis. Que tentam fazer a diferença com um simples toque, uma presença imperceptível que pode transformar a lágrima em sorriso, a morte em vida. Anjos que acompanham e que tentam colmatar a solidão, sendo eles próprios a representação da mesma. A insustentável certeza da eternidade pesa com uma força aterradora.
A vida a preto e branco por oposição à vida a cores. O conforto da certeza por oposição à inquietação da incerteza. A ténue permanência por oposição à intensa fugacidade.
Qual o sentido da vida, se o há? Qual o significado do movimento constante? Da irrepetibilidade das "mandíbulas devoradoras do tempo"? Qual a dimensão que a mortalidade atribui às vivências?
Este filme é indescritível por isso estas palavras são ocas e vazias, não conseguindo de modo algum transmitir a grandiosidade que as imagens em movimento nos transmitem.
"Bigger than life": imperdível!!!

sábado, 5 de maio de 2012

El Hijo De La Novia


Mais um apaixonante filme de Juan Jose Campanella (o mesmo de El Secreto De Sus Ojos).
El Hijo De La Novia é um adorável e divertido filme, com o mesmo protagonista da película anteriormente citada.
É um filme sobre os pequenos pedaços do dia-a-dia que formam as nossas vidas, sobre a pessoa que queremos ser e a pessoa que nos tornamos, sobre aquilo que realmente queremos fazer e o que nos separa dessa decisão.
É um filme sobre sentimentos que resistem uma vida, sobre indecisões e incertezas.
É um filme sobre uma das doenças mais temidas e aterradoras da nossa sociedade: Alzheimer, o grande Adamastor que rouba memórias, sentimentos e sentidos, desconstruindo diariamente, imprevisivelmente e num único momento, o que leva uma vida a construir.
O que fazer quando não se recorda uma vida que vivemos, a pessoa que somos, as pessoas que nos rodeiam? O que fazer quando alguém que amamos não recorda quem somos, o que vivemos, o que atravessamos? Será que um único minuto de consciência pode fazer com que tudo o que se desfaz e desaparece valha a pena?