quinta-feira, 21 de agosto de 2014

The Guardians Of The Galaxy




Mais uma daquelas agradáveis e imprevisíveis surpresas.

Quando vi o trailer deste filme (a Hooked On a Feeling dos Blue Swede com uma série de imagens sem nexo e até algo nonsense) não achei que fosse minimamente apelativo.

Algumas pessoas que viram o filme disseram maravilhas (não que isso seja sinónimo de que o filme é bom) e que este tinha sido um dos melhores 3D que tinham visto. Acabei por lhe dar uma chance e saí do cinema mesmo satisfeita.

The Guardians Of The Galaxy tem um 3D muito apelativo: passa-se no espaço e conseguem-se sempre imagens lindíssimas desse cenário. (O melhor 3D que já vi continua a ser o do Gravity. Indescritível!)

As personagens principais são estranhas, mas "crescem" em nós à medida que o filme evolui. Os actores estão muito bem e realmente dão vida a esta improvável história de guardiões.

Mas o melhor de tudo (pelo menos para mim) é a música. A maneira como a música combina com aquelas imagens é perfeita. Estou completamente viciada na banda-sonora: awesome mix!!! É divertido escutar algumas destas canções de sempre a acompanhar cenas intergalácticas e seres nascidos da imaginação humana. O poder da música é indescritível, sobretudo quando usada da maneira certa na sétima arte. Há melodias que associamos de imediato a determinada imagem ou filme ou, até mesmo, personagem. E a música tem o poder de nos fazer rir ou chorar, é uma droga ponderosa, como - aliás - já referi antes neste blog.

E, no caso de The Guardians Of The Galaxy, é sobretudo a música que lhe dá aquele ar cool e descontraído, aquela good vibe que nos faz sentir que está sempre tudo bem, mesmo quando as circunstâncias parecem ditar o contrário.

 

De resto, o filme tem a típica história de heróis, mas é tão divertido que se torna delicioso. E realmente há também arte em fazer as pessoas sorrir, em prender as pessoas ao ecrã por alguns momentos com cenas improváveis e hilariantes, com seres que só podem mesmo existir no cinema. Com acção e comédia e ficção e fantasia! E é também por isso que eu adoro tanto esta arte mágica de fazer cinema, porque podemos espelhar a realidade ou uma realidade que existe apenas dentro de nós e torná-la real por cento e vinte minutos.

Entretenimento puro!



terça-feira, 12 de agosto de 2014

So I Can Remember There Are Other Things That Are Important In Life


Lawrence Woodruff: You know why I like to teach children, Jack? So I don't get so wrapped up in being an adult. So I can remember there are other things that are important in life - like riding a bike, playing in a treehouse, splashing in water with your good shoes on. And you, my friend, were my most special student. And until recently, you were everything I ever wanted in a student. You were a shooting star amongst ordinary stars. Have you ever seen a shooting star, Jack?
Jack: No.
Lawrence Woodruff: It's wonderful. It passes quickly, but while it's here it just lights up the whole sky - it's the most beautiful thing you'd ever want to see. So beautiful that the other stars stop and watch. You almost never see one.
Jack: Why not?
Lawrence Woodruff: Beacuse they're very rare. Quite rare. But I saw one. I did.
Jack: I just want to be a regular star.
Lawrence Woodruff: Jack, you'll never be regular. You're spectacular.

Lawrence (Bill Cosby) and Jack (Robin Williams) - Jack

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Starship Troopers


 
Este filme é super antiguinho e provavelmente se o revir agora não lhe reconheço as características que faziam as minhas delícias quando era adolescente.
Este é um daqueles filmes que vi vezes sem conta e nunca me fartava.
Primeiro que tudo é de ficção científica: tem uma abordagem muito interessante, pois a guerra desenrola-se com uma raça de aracnídeos extra-terrestes, ou seja, o planeta está todo unido na mesma batalha.
Os actores parecem saídos dum catálogo de tentacões e as sequências de accão que Paul Verhoeven filma são normalmente apelativas.

 
Eu devia andar no 7o ou 8o quando estava viciada em Starship Troopers.
A mesma altura em que eu e a minha colega de carteira alugávamos filmes no clube de vídeo da vila e íamos para minha casa nos dois dias da semana em que não tinhamos aulas de tarde para as nossas sessões de cinema.
Foi assim que vimos os Alien e também clássicos (como o The Exorcist) do cinema de terror (e alguns fiascos desse mesmo género pelo meio).
Ela usava as (agora outra vez tão em voga) All Star e tinha uma panca pelo vocalista dos Nirvana. Ainda me lembro das sapatilhas terem o primeiro nome dela seguido de Cobain escrito. Também gostava imenso de lilás, era a sua cor de eleição que usava em looks totais ou com pelo menos uma peça nesse tom.
Recordo-me disto como se tivesse sido ontem. Como se estivesse a abrir a cassete e a rebobiná-la para vermos o filme. Como se ainda sentisse o cheirinho das pizzas individuais que comprávamos na pastelaria da esquina.
São estas coisas que ficam. Para mim é como se ela nunca tivesse crescido. Essa minha colega vai ser sempre a minha companheira de carteira, com quem me ria durante as aulas e dizia parvoíces (na altura não havia telemoveis nem facebook e mais tarde talvez um olhar sobre o que a era cibernetica mudou na juventude e na percepção que a memoria tem).
O tempo da infância e da juventude são curiosos, porque têm destas coisas.
É como se cá dentro a nossa idade não fizesse sentido. Há dias em que sentimos que vivemos imenso e há outros em que parece que ainda estamos nas traquinices do 7o ano.

 
Há muitos filmes e, sobretudo, séries que associo a essa época: Baywatch (um pouco antes), Tropical Heat, Mad About You, The Highlander, Seinfeld (um pouco mais tarde), talvez porque era uma altura em que consumiamos imensa televisão.
Starship Troopers é dessa mesma época. Vi-o e revi-o tantas vezes que é inevitável que sinta novamente o gosto da juventude na boca quando penso no filme.

 
Starship Troopers pode não ser genial (que eventualmente poderei comentar mais tarde quando o conseguir rever brevemente), mas tem ideias e sequências ainda hoje muito originais.
A maneira como a sociedade está estruturada e, mais importante que tudo, a tal utópica união que a Humanidade vive no filme são bastante curiosas. Aliás, infelizmente, essa união parece só estar ao alcance de nós se realmente seres alienigenas invadissem o nosso querido planeta.
Outra ideia subjacente ao filme (que não é no entanto explorada) é a capacidade que temos (teremos) de pressentir determinadas coisas, no caso a percepção extra sensorial de conseguirmos comunicar com os tais seres. E a ideia de que o medo (pelo menos como instinto de sobrevivência) é um sentimento comum a todos os seres vivos, independentemente da raça.

 
Starship Troopers é, portanto, especial para mim: recordarei sempre como o filme dos meus 12, 13 anos. Um filme cujo pensamento me transporta para uma outra época, quase uma outra dimensão, em que as responsabilidades eram nulas e a decisão mais dificil era decidir que filme escolher para essa tarde e em que imaginávamos que Humanidade significava o mesmo para todos os seres humanos.
Ser adulto tem coisas maravilhosas, podendo uma delas ser a clareza de espirito, mas não há nada como o nebulosidade da juventude. Ou sera o inverso?