domingo, 29 de abril de 2012

Melhor Cena de The Last Station

Se algum dia chegar a essa idade avançada de Tolstoi, brilhantemente interpretado por Christopher Plummer, nada será mais belo e satisfatório do que recordar a juventude dessa forma alegre e desprendida, como naquele que é um dos momentos mais grandiosos da sétima arte:

http://www.youtube.com/watch?v=soTAkhZ4rXM&feature=related

domingo, 22 de abril de 2012

So Bad


"I wanted to see him so bad that I didn't even dare imagine him anymore."
Jane Henderson (Natassja Kinski) - Paris Texas

sábado, 21 de abril de 2012

The Shawshank Redemption


The Shawshank Redemption é um filme inesquecível.
O filme que mais incide sobre a liberdade passa-se numa prisão.
Acompanha a história de diversos reclusos e de um em particular: Dusfrene. Ao longo da sua estadia na penitenciária vão-se sucedendo os acontecimentos mais improváveis, os momentos mais divertidos ou os instantes mais inspiradores. Dusfrene cria laços de amizade com outro recluso de nome Red e é através desta ligação imprevista que vamos acompanhando o desenrolar da história.

Tim Robbins tem aqui um dos papéis da sua carreira e a acompanhar temos um memorável Morgan Freeman. Com dois actores desta envergadura torna-se mais fácil transformar uma história em algo grandioso. Estes dois gigantes da interpretação aliados a um argumento incrivelmente rico e inspirador e a um elenco de elevada qualidade tornam o filme mágico em toda a sua grandeza.
Há personagens maiores do que a própria vida.

Os filmes fazem-nos acreditar que a vida pode ser melhor. Que as pessoas podem ser melhores. Que nós próprios podemos ser melhores.
Esse é o grande truque do cinema: vender sonhos, inspirar-nos.
A liberdade está dentro de nós.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Carandiru


De todos os filmes brasileiros que vi (ok: não foram tantos assim) o que mais gostei foi Carandiru.
É um filme tocante sobre o escândalo numa prisão que parou o Brasil.
Mas mais do que isso é um filme de pessoas, de histórias, de amores, de decisões. É um filme de resignação e indignação.
Todo o elenco é soberbo (ou não fossem os actores brasileiros dos melhores do mundo) e a maneira como a história e as histórias se desenrolam detém o espectador do início ao fim.
"Duas mulheres, Doutor: o quê que o Majestade tem que a gente não tem?"
"Você já beijou a sua mulher hoje, Sr. Pires?"
"Eu não, porquê?"
"Aí é que tá."
 
Repleto de tantos momentos divertidos como de momentos comoventes, Carandiru é um filme que marca. É um filme que se relembra de tempos a tempos a pretextos improváveis.
"Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia."
Vinicius de Moraes

quinta-feira, 19 de abril de 2012

El Secreto De Sus Ojos


"Como se vive uma vida vazia? Como se vive uma vida repleta de nada?"


A ternura abre, mas é um crime que não se pode esquecer que rasga as primeiras imagens do ecrã. O espectador fica cativo desde o primeiro momento.
Como se aceita o inaceitável?
Relembro a frase de Munny "It's a hell of a thing, killin' a man. Take away all he's got, and all he's ever gonna have."
Como se esquecem as pessoas que nos são tiradas?


O segredo da investigação dum crime pode estar num pormenor tão simples como um olhar.
Como se apaga a injustiça flamejante?
Um dos filmes mais brilhantes e comoventes que vi.
Como se resiste à loucura?


Os actores são duma magnificência incrível, sobretudo a dupla de protagonistas.
As estações de comboios são por excelência locais de encontros e despedidas; locais de esperas infrutíferas ou onde momentos mágicos e insubstituíveis têm lugar.
A matéria desintegra-se. Mas para onde vão os sentimentos?

terça-feira, 17 de abril de 2012

Encontro em Der Himmel über Berlin

Acabei agora mesmo de ver uma das maiores obras do cinema e estou extasiada. Um filme maior do que a própria vida.
Uma das melhores cenas da sétima arte:

Quem nunca viu o filme é favor não visualizar a cena que se segue.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Infinity


Richard Feynman foi um dos seres humanos mais fascinantes que existiu. Um físico tão genial como multifacetado que se dedicou à música, ao desenho, à filosofia, à teologia ou à biologia, Feynman foi uma pessoa versátil, genial e divertida.
Recomendo vivamente Surely You're Joking Mr. Feynman para quem tiver curiosidade em conhecer outras facetas deste curioso homem, contadas na primeira pessoa, num hilariante e singular retrato.

Infinity visa retratar o primeiro casamento de Feynman, que coincidiu com a investigação que culminou na bomba atómica. Arlene, a primeira esposa, viria a falecer de tuberculose em 1945.
A genialidade deste homem merecia um filme mais emblemático e um protagonista com mais carisma.
Broderick está perfeitamente desenquadrado da personagem e, nem sequer se deram ao trabalho de lhe fornecerem umas lentes de contacto para dar maior veracidade à fisionomia da pessoa que visavam caracterizar. (A nível físico, possivelmente a melhor escolha seria Liev Schreiber.)
Para além da péssima escolha a nível de protagonista, também as divertidas histórias de Feynman aparecem deturpadas e em parco número num filme que poderia ser bem mais rico, pois foi beber inspiração a uma enorme tesouro. A tudo isso junte-se o ridículo poster que vêm acima e, naturalmente, este filme não consegue atrair espectadores, a não ser que sejam ficcionados em Feynman e na sétima arte.

É pena. Feynman merecia muito mais. E a sua vida dava uma grande obra de cinema, é caso para dizer que no fundo os cientistas são uns poetas:

"Poets say science takes away from the beauty of the stars - mere globs of gas atoms. I, too, can see the stars on a desert night, and feel them. But do I see less or more?”


"It doesn't matter how beautiful your theory is, it doesn't matter how smart you are. If it doesn't agree with experiment, it's wrong."


"Physics is like sex. Sure, it may give some practical results, but that's not why we do it.”


"Einstein was a giant. His head was in the clouds, but his feet were on the ground. Those of us who are not so tall have to choose!”

Faço minhas estas palavras em honra deste também génio da Física.

domingo, 15 de abril de 2012

sábado, 14 de abril de 2012

I See You


" You have a gift, Jack. You do. You see people."
" I see you."
Rose (Kate Winslet) e Jack (Leonardo DiCaprio) - Titanic

sexta-feira, 13 de abril de 2012

So Many Bloody Languages


"You speak so many bloody languages and you never want to talk."
Katherine Clifton (Kristin Scott Thomas) - The English Patient

quinta-feira, 12 de abril de 2012

In The Land Of Blood And Honey


Angelina Jolie é uma das estrelas de cinema mais mediática e dedicada da era actual.
É uma mulher admirável que abraça causas nobres e, aparentemente, esforçada em tudo o que faz.
Este In The Land Of Blood And Honey não é excepção. Há notoriamente uma enorme dedicação da actriz (aqui como realizadora e argumentista) a este projecto.
Para além destas características, Jolie gosta de personagens fortes e histórias com carácter. Este filme é representativo disso mesmo, pois trata-se duma obra marcante.
In The Land Of Blood And Honey é um filme pesado e sem papas na língua, que retrata os conflitos ocorridos na Bósnia e mostra guerra tal como ela é/foi. 
Em guerra são cometidas as maiores atrocidades, os seres humanos deixam de ser humanos e passam a ser inferiores a animais. Os animais caçam para comer a não infligem a si próprios ou a outros as atrocidades que os humanos parecem ter prazer em perpetuar.
E, como habitualmente, as pessoas que mais sofrem, que mais são prejudicadas por estes conflitos sem sentido, são as mulheres e as crianças.
Esta obra debruça-se, sobretudo, nos males infligidos às mulheres, pessoas como nós, como as nossas mães, as nossas irmãs, as nossas filhas, não há tanto tempo assim numa terra bem perto de nós. E, duma maneira mais abrangente, mostra a realidade que acontece no mundo em que vivemos no momento em que escrevo estas palavras.
O mundo é, de facto, um lugar cruel e injusto em que os mais fracos (e simultaneamente os mais fortes) são sucessivamente esmagados pela violência interminável que perpetuamos uns aos outros.
Um filme pesado e verdadeiro, não recomendável a estados de espírito sensíveis.

sábado, 7 de abril de 2012

The Thin Red Line


Os seres humanos são feitos de matéria e, como tal, já tiveram várias formas.
E hão-de ter muitas outras formas.
O que hoje é uma pessoa já foi flor, fruto, árvore, pedra ou até um pedaço de mar. E o que era um pedaço de mar, pedra, árvore, fruto ou flor era feito de matéria que hoje se transformou em várias coisas, entre as quais pessoas.
Por isso a matéria de que somos constituídos já se fundiu com uma parte da Humanidade em qualquer outra forma.
Se virmos as coisas assim, olhamos para os outros, sobretudo para os que nos irritam ou de quem não gostamos, duma outra maneira. Somos todos matéria e vamo-nos transformando e cruzando sucessivamente.

"Maybe we're all one big soul everybody's a part of. All faces of the same man."

Um dos melhores filmes que vi até hoje.
A grandiosidade de The Thin Red Line é difícil de esquecer. Vi-o há muitos anos no cinema e por diversas razões ainda não o revi. Mas tenho passagens do filme tão presentes como se o tivesse acabado de ver. É uma obra que marca, que fica cá dentro, como ficam os momentos preciosos, os momentos que conferem eternidade ao tempo que passa.

É um filme sobre a vida, o sentido, a fé, o amor, a esperança.

"What difference you think you can make? One single man in all this madness."

É um filme sobre a ausência de sentido da guerra.

"How many men do you think it's worth? How many lives?"

Sobre o sofrimento, o caos, o conflito, a loucura.
É um filme sobre o que se passa no mais íntimo de cada um de nós.

"I've killed a man, the worst thing you can do. And nobody can touch me for it."

"If I go first I'll wait for you there, in the other side of the dark waters."

É um filme sobre a imprevisibilidade, a eterna certeza que inesperadamente vai acontecer.

"Make no difference who we are, no matter how much training we got or how tuff guy you migh be: if you're at the wrong spot at the wrong time, you're gonna get it."

É um filme sobre a força que o amor concede - a única força capaz de vencer o medo, a poderosa força que dá invencibilidade.

"Because I have you nothing can touch me. No hurt, no grief, not even death."

É um filme sobre as memórias, sobre os refúgios, os universos paralelos que vivem apenas cá dentro.

"There's nowhere we can hide, except on each other."


Alguém escreveu que The Thin Red Line é um poema em forma de filme. E essa afirmação não podia ser mais verdadeira. A música contribui de forma perfeita para esse epíteto. A magnífica e grandiosa banda-sonora adorna as imagens de forma magistral.


É um filme sobre as vivências, os acontecimentos que nos tornam aquilo que somos. Sobre a busca infinita desse ideal vislumbrado, esse mundo de paz.

"I've seen another world. Sometimes I think it was just my imagination."

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Cinema e As Paisagens



A força do cenário envolvente no cinema é tão poderosa como a história, os actores, o enredo ou a música.
O mítico deserto americano (ou a ansiada road trip) povoa o imaginário do mundo (ou pelo menos o meu), sobretudo graças ao cinema.
As paisagens ganham nova vida nas mãos de determinados realizadores e são eternizadas no grande ecrã, como se de grandes divas se tratassem.

Acho que nunca nenhuma lugar foi tão imortalizado e celebrado no cinema como Nova Iorque - a cidade cinematográfica por excelência. Qualquer pessoa que vá à Big Apple sente, de imediato, que foi transportado para o grande ecrã (ou para a sua parente afastada: a caixinha mágica). Em qualquer esquina nos cruzamos com cenários familiares, em que diversos personagens viveram as mais rocambolescas peripécias.
Dificilmente os americanos verão o resto do mundo como os cinéfilos vêem alguns dos lugares mais emblemáticos dos Estados Unidos da América, com uma familiaridade atroz.
Esses lugares tornaram-se emblemáticos e são hoje familiares graças ao cinema.

Essa capacidade de imortalizar os cenários fica gravada no imaginário do mundo: a Fontana di Trevi em La Dolce Vita, o deserto em The English Patient, Petra em Indiana Jones And The Last Crusade ou Veneza em The Wings Of The Dove, entre muitos e muitos outros espaços apaixonantes. Recordo Before Sunrise que eternizou Viena duma maneira muito particular. Recordo a cena final em que são revisitados todos os lugares da cidade por onde os protagonistas passaram.

A arquitectura dos espaços na tela é o enquadramento e o protagonismo que a cidade tem ao longo do desenrolar da história.

As nossas terras lusas têm esse lado cinematográfico forte de grandes divas do cinema.

As paisagens ganham uma força colossal se forem captadas de forma mágica pela sétima arte.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ferris Bueller's Day Off


Ok: este é o mítico filme dos anos 80, que resume de forma simples e divertida o sonho de qualquer jovem (ou até mesmo o sonho do jovem que vive dentro de cada um).
Em português chamaram-lhe O Rei Dos Gazeteiros e devo dizer que adoro este título. Acho que deve ser das traduções não literais mais bem conseguidas. Fazer gazeta ou gazetar é, possivelmente, uma das maiores invenções do mundo laboral e estudantil. Quem nunca fez gazeta que atire a primeira pedra, mas estar onde queremos a fazer o que bem nos apetece, quando deveríamos estar em determinado sítio a fazer determinada tarefa é uma das melhores sensações do mundo, como se fossemos donos do tempo e tivessemos total liberdade para sermos e fazermos o que bem entendermos, ou seja, para nos dedicarmos ao ócio, uma das actividades mais almejadas por quem não lhe pode dedicar todas as horas do dia.
Il dolce fare niente, como lhe chama esse povo que sabe bem de que se fala quando se fala em gazetar, como a própria expressão indica. Mas, embora a expressão não seja lusitana, se há povo que sabe do que se fala quando se fala em gazeta são os tugas, dos quais orgulhosamente faço parte.
E agora se até com os feriados querem acabar, o que se pode fazer a não ser seguir o exemplo de Ferris Bueller nos dias mais preguiçosos?

(Querido Chefinho: isto é só brincadeira ;) eheheh)

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Clueless


Este é o filme da minha juventude.
Uma ligeira, oca e fútil comédia com Alicia Silverstone fez, no seu tempo, as delícias de milhares de adolescentes.
Ok: que menina da minha geração é que não sonhava ter a vida da Cher?
Os dilemas da juventude abordados de forma leve (levíssima) e desprendida. Entre Barneys e Baldwins, Cher e a inseparável Dionne passeiam-se pelo liceu e, claro, pelo shopping; tomando como missão refazerem o visual da miúda nova da escola e unirem romanticamente o professor e professora mais exigentes.
Apesar de toda este aparente nonsense Clueless foi um dos filmes mais divertidos que vi na adolescência e marcou-me de tal forma que ainda hoje me lembro de muitas das cenas. Para além disso, possuia uma banda-sonora incrível com grandes êxitos de Counting Crows ou Radiohead.
Às vezes é bom levar a vida com a ligeireza desta comédia fútil!

As if!!!!