Fui ver mais um Sherlock Holmes; desde que este singular personagem foi reinventado.
Guy Ritchie realizou ambas as obras que refrescaram o detectivesco personagem.
O Holmes de Ritchie é grosseirão, directo e faz uso de métodos pouco ortodoxos (ou não fosse a personagem interpretada pelo brilhante Downey Jr.). Cabe a Dr. Watson ser o cavalheiro da saga, pertencendo a Jude Law a reencarnação da personagem. À volta deste par gravitam os mais curiosos e diversos personagens. Faço uma nota especial a uma actriz incrível que muito admiro de nome Rachel McAdams, que parece poder ser a única portentora do coração de Holmes.
Este A Game Of Shadows é mais negro e imprevísivel do que o primeiro. Ritchie filma duma maneira peculiar, que nem sempre agrada ao comum espectador. Acho que o que torna o filme tão singular é justamente essa maneira de filmar, nomeadamente as cenas de acção e a deliciosa sequência do grande ataque (ou não fosse eu admiradora do estilo de Ritchie).
O que seria de Holmes sem Watson?
Watson é o fiel companheiro. É aquela pessoa que todos temos ou queremos ter, cúmplice de façanhas e pensamentos. Aquela pessoa que nos leva cada vez mais longe, no convívio da qual nos tornamos cada vez melhores. Geralmente do mesmo sexo, é aquele amigo/a cuja simples presença nos desafia a irmos cada vez mais longe, cuja imprescindível presença é decisiva para vencermos os obstáculos. É a pessoa que dá sal.
E tão imprescindível como este parceiro, é o ser que nos desafia pelos motivos opostos.
O que seria de Holmes sem este vilão, que parece ser o único à altura da genialidade do protagonista?
Este vilão dá um travo picante à história e representa o que todos ansiamos: o derradeiro desafio. Haverá algo melhor do que alguém que reune as características que nos inebriam e levam as nossas capacidades ao limite? Alguém que passa do delicioso a um inesquecível sabor.
Um filme refinado com portentosas cenas de acção e um aromático sentido de humor.
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