quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fight Club



Este filme foi como um murro no estômago. Devia ter uns 15 anos quando o vi pela primeira vez e devo dizer que os efeitos que este filme tem no imaginário da juventude é brutal. Quase que posso dizer que a minha vida nunca mais foi a mesma.
Who the fuck was Tyler Durden e porquê esse desapego total às grilhetas impostas pela sociedade? Porquê essa recusa em viver como mais um? Porquê a inaceitação do pré-definido e estabelecido, como algo intrínseco e correcto para nós próprios?
Era óbvio, após experienciar este filme, que tínhamos (temos) de nos questionar sobre todo e qualquer assunto, sempre e em todas as circunstâncias.
Era óbvio que vivíamos numa sociedade consumista, em que todos (todos, sem excepção) somos escravos do dinheiro. Faz parte da grande máquina em que estamos inseridos. E ou aceitamos isso ou vivemos à margem da sociedade, como fazia Tyler Durden (talvez por isso tão admirável e inspirador) que se refugiava num movimento criado por si, que origina o Fight Club do título.
Para além de todas as questões que o filme levantava e toda a inspiração que advinha da admiração da atitude do protagonista, o final do filme era apoteótico. Era como se abríssemos os olhos a um universo completamente novo, no qual nunca havíamos realmente parado para pensar e do qual continuaríamos (continuaremos) alheios a maior parte do tempo em que somos empurrados, levados, consumidos pela máquina.
O trio de actores havia sido impecavelmente escolhido e o realizador de Seven e de The Game excedia os trabalhos anteriores extravasando, de longe, as expectativas. David Fincher revelava-se um mestre.
Dizem que não há vez como a primeira e, de facto, tal aplica-se na perfeição a esta obra. Podemos rever este filme, mas o impacto que a primeira vez provoca nas entranhas é bastante superior e muito mais intenso do que qualquer uma das seguintes. 

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