sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Into The Wild



O que leva alguém a deixar tudo para trás e enveredar pelo desconhecido?
Antes da obra-prima cinematográfica que Sean Penn criou, quero dizer umas palavras sobre a obra-prima literária que Krakauer concebeu: Into The Wild é um livro intenso, que prende desde a primeira palavra. Retrata a história de Christopher Johnson McCandless, intercalada pelos próprios pensamentos e experiências do autor relativamente à incessante busca da liberdade e verdade, que só a natureza parece aplacar.
Sean Penn realizou um filme marcante, com a sólida e brilhante presença de Emile Hirsch como jovem protagonista.
McCandless iniciou esta aventura em 1990 e em dois anos percorreu grande parte dos Estados Unidos da América e toda a zona ocidental do Canadá, rumo ao Alaska”. Em Maio de 1992, quando chegou ao destino que seria sua casa durante cerca de 112 dias, escreveu: “Two years he walks the earth. No phone, no pool, no pets, no cigarettes, ultimate freedom. An extremist. An aesthetic voyager whose home is the road. Escaped from Atlanta. Thou shalt not return, ‘cause “the west is the best”. And now after two rambling years comes the final and greatest adventure. The climatic battle to kill the false being within and victoriously conclude the spiritual revolution. Ten days and nights of freight trains and hitchiking bring him to the great white north. No longer to be poisoned by civilization he flees, and walks alone upon the land to become lost in the wild”, assinando como Alexander Supertramp, um dos vários nomes que assumiu ao longo da viagem.
Esta história inspiradora, frequentemente criticada pela sociedade, não deixa de ser intrigante em toda a sua magnitude. McCandless teve a coragem de fazer algo completamente invulgar, fugindo às regras ou padrões impostos pela sociedade e, mais importante, algo em que acreditava profundamente. Teve a coragem de ser egoísta e viver por e para si.
E a questão surge naturalmente: o que leva alguém a deixar tudo para trás and walk into the wild? Com certeza já todos pensámos nisto mesmo, mas onde está a ténue fronteira que separa o pensamento do efectivo passo?
 A apaixonante história de McCandless é retratada de forma realista, sólida e segura, ao som duma das melhores bandas-sonoras de todos os tempos, interpretada por Eddie Vedder: as imagens e a música fundem-se de forma perfeita.
Num dos livros, que levava consigo, sublinhou o seguinte: “Rather than love, than money, than fame, give me truth. I sat at a table where were rich food and wine in abundance, an obsequious attendance, but sincerity and truth were not; and I went away hungry from the inhospitable board. The hospitality was cold as the ices.” Henry David Thoreau – Walden or Life In The Woods
A busca de McCandless pela liberdade e, acima de tudo, pela verdade é uma inspiração para todos os que nas palavras de Tennesse Williams se encaixam em: “A prayer for the wild at heart, kept in cages.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário