domingo, 11 de dezembro de 2011

Drive



"Fui ver o Drive, do dinamarquês Nicolas Winding Refn, protagonizado por Ryan Gosling, contando também com Bryan Cranston (que nunca – nunca – desilude).

Inicialmente, Hugh Jackman foi escolhido para o papel principal. Mas, depois, a personagem foi entregue a Gosling.
Neil Marshall ia realizar. Mas, depois, Gosling “hand-picked” Nicolas, o dinamarquês.
E tudo teria sido diferente.

A expectativa era elevada: 8.2 no IMDb e a crítica aclamar a prestação de todos os envolvidos, à frente e atrás das câmaras. Porém, não estava preparada para aquelas duas horas, em que apenas o enredo é simples e algo linear. 
Os planos, os ângulos, e as cores nas suas diferentes tonalidades são bonitos – bonitos, sim.
A luminosidade nas cenas de exterior e o brilho da noite de L.A..
O detalhe da variação da iluminação no elevador.
As sequências de acção, as fugas de carro, a perseguição.

A banda sonora – retro, electrónica, poderosa, ajustada ao momento, ocupando o lugar de tantas linhas de guião. Merecedora de um lugar na nossa estante de de CDs. Mas em vinil é que era!

Tudo é intenso e tudo é equilibrado.
Percebemos que é uma história de amor, por uma mulher e seu pequeno filho, porque o é. Mas também é uma tragédia, um resgate, uma vingança, uma luta pela vida. Um herói caído.

E depois há as personagens. Todas elas com histórias complexas.
O velho mecânico e o seu jovem e talentoso protegido aparentemente desenraizado, o mafioso judeu que só se quer integrar, a mãe que se apaixona enquanto o seu marido cumpre pena, e o mesmo marido que nos conduz ao ponto de viragem do rumo de todos.
É em Driver, personagem central e sem nome, que encontramos a grandiosa sinergia entre um actor e o seu director.
Sabemos desde os primeiros segundos do filme que Driver está ligado ao mundo do crime.
Fala pouco, diz apenas o necessário. Fascina-nos a sua precisão, astúcia e inteligência. Apercebemo-nos da sua solidão. Vemos o amor a acontecer. Criamos empatia.
Não nos choca a serenidade com que diz a um visitante do passado “shut your mouth or I'll kick your teeth down your throat and I'll shut it for you”.
Consideramos legítimos os crimes que comete – afinal, só queria salvar-se e salvaguardar o bem-estar dos objectos do seu afecto.
Compreendemos. Tudo o que aconteceu foi necessário. É um herói.
O Wikipedia classifica-o como “crime neo-noir drama film”.
Eu considero-o apenas um filme a não perder, e a rever. Um 4 em 5."

Isabel Sofia

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