sábado, 10 de dezembro de 2011

Dial M For Murder



Este filme é muito especial porque foi o primeiro filme de Hitchcock que vi. Escusado será dizer que a este se seguiram uma catrafada de outros, porque fiquei completamente rendida ao estilo do realizador. 
O policial quando bem trabalhado é um exercício de inteligência. Há poucos mestres cinematográficos dentro do género e pode-se dizer que Hichcock é um dos mais emblemáticos portadores deste título.
Nunca me esqueci da maneira elegante como a trama é desenvolvida e como toda a acção do filme tem lugar no mesmo compartimento, não deixando por isso de ser menos emocionante ou apetecível. Pelo contrário: apenas no final do filme me apercebi de tal facto.
A premissa de “marido quer matar mulher para herdar herança” já foi batida e rebatida, mas esta película possui uma das histórias mais bem desenvolvidas de sempre.
Foi também a primeira vez que vi essa senhora de grande classe a representar e naturalmente a minha mente jovem e cheia de sonhos ficou fascinada com a sua elegância.
(À medida que fui vendo mais filmes do mestre compreendi que Grace Kelly seria o tipo de presença assídua: uma mulher de beleza clássica e ar gélido, atrás do qual se escondem as forças mais ocultas e inesperadas. Todas as suas protagonistas representavam este ideal feminino, nomeadamente a talentosa Tippi Heddren e a surpreendente Kim Novak. Outra presença recorrente era o tipo alto, elegante, calmo e inteligente, recorrentemente interpretado por James Stewart.)
É surpreendente o que um bom argumento e actores bem dirigidos conseguem originar.
A maravilha deste tipo de filmes é a sua intemporalidade, tão actual ontem, como hoje: Dial M For Murder ou no (igualmente notável) título português Chamada Para A Morte é uma das melhores obras do género.

Um comentário:

  1. Recomendo um outro "M" - o de Fritz Lang... Um policial, de 1931: http://www.imdb.com/title/tt0022100/

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