Recordo-me de me apaixonar por este filme à primeira vista.
Nunca o esqueci e, embora já não o experiencie há uns anos, é uma película à qual voltei muitas vezes e que ficou marcada cá dentro de forma especial.
O encontro entre duas pessoas é retratado de forma encantadora e apaixonante, sendo as personagens belissimamente interpretadas por Ethan Hawke e Julie Delpy.
Poderá um encontro casual entre duas pessoas, durante apenas um breve momento, mudar o resto das suas vidas? Eis a promissora premissa do filme.
Os protagonistas encontram-se num comboio (lugar já de si carregado dum romantismo único), proporcionando-se que a noite (que se avizinha) seja passada a explorar Viena.
Há quem sinta que há lugares mágicos, há quem sinta que são as pessoas que fazem os lugares; mas talvez seja no encontro entre estas duas crenças que nasce a magia.
Viena é uma das cidades mais majestosas e belas da Europa. Ao longo do filme os carismáticos protagonistas vão percorrendo diversos pontos míticos da cidade, à medida que a conversa flui de forma cada vez mais e mais intensa. A simbiose entre a imagem e o som, entre o lugar que enquadra o acontecimento e o fluir da conversa, é duma perfeição esmagadora. Há momentos únicos ao longo do filme, carregados duma simplicidade que transmite de forma perfeita a cumplicidade das personagens, nomeadamente o telefonema ou a cabine musical.
O filme transmite toda a imponência da imprevisibilidade, através dos acontecimentos, temáticas abordadas e pessoas que se vão cruzando com a história. Respira-se também um certo misticismo desde o poeta de rua à cigana vidente.
A grandiosidade do filme revela-se sobretudo na sequência final. A câmara mostra cada um dos locais que anteriormente estavam recheados de risos, conversas e segredos. Imagem após imagem percorremos cada um dos cenários que adornaram a história, cada um dos recantos por onde os protagonistas haviam passado há apenas instantes, como se, após essa vivência que testemunhámos, cada um desses lugares (agora vazios) ganhasse vida própria.
Pessoalmente eu prefiro o "Antes do anoitecer" mas acho que tem a ver com a idade. Quando vi estes filmes, identicava- me mais com o segundo...
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