domingo, 9 de outubro de 2011

A Música No Cinema



Embora não negue que o cinema começou mudo e existem grandes filmes sem som (tenho particular carinho pelo A Caixa de Pandora (Die Büchse der Pandora) de Pabst, com uma apaixonante Louise Brooks), creio que grande parte do magnetismo do cinema vem dos sons que acompanham as imagens.
A música (ou a ausência da mesma) é uma peça chave para definir toda uma cena.
A música é a única coisa do mundo que consegue – instantaneamente – que o nosso humor melhore (para além de nós próprios, claro) e, nesta base, a música é definidora das sensações que as imagens nos transmitem.
A banda-sonora dum filme é algo único e marcante; algo que nos apaixona e nos acompanha, muito depois da experiência visual da obra.
As imagens ganham outra dimensão quando acompanhadas duma melodia; tal como um dia cinzento parece ganhar mais cor, quando escolhemos uma música animada.
Quantas e quantas vezes não fico siderada pela melodia dum determinado filme, escutando-a dias a fio, como que revivendo uma e outra vez a experiência cinematográfica.
O que seria do dramatismo de The English Patient sem aqueles marcantes acordes de Yared; ou do misto de descoberta e ternura do voyeur de Maléna sem aquela maravilhosa melodia de Morricone; ou da violência acutilante de A Clokwork Orange sem a 9ª Sinfonia (ou por outras palavras: a 9ª Sinfonia nunca mais foi a mesma); ou do impacto de qualquer cena Tarantinesca sem as loucas músicas escolhidas a dedo? (Isto só para dar alguns exemplos).
O poder da música é reconhecido em qualquer lugar, em qualquer cultura, em qualquer crença. A música é uma maneira do ser humano se expressar. Pode ser uma forma de amar, pode ser uma forma de revolta, pode ser uma forma de cura, pode ser a maneira de dizermos o que não se consegue ouvir de outra forma. A música é uma linguagem universal e, como tal, é veículo imprescindível no cinema. A música é uma poderosa mensageira e consegue transportar-nos para um mundo de fantasias, pode levar-nos a outras épocas, pode desencadear as mais variadas sensações.
O poder da música é infinito e, por isso, a música é decisiva para a grandiosidade dum filme.

2 comentários:

  1. Uma perfeita simbiose: a comovente melancolia de "Playground Love", da banda sonora de "Virgin Suicides" - http://10000tunes.blogspot.com/2011/10/playground-love.html

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