Antes de mais convém referir que, apesar da bonecada, este filme não é para crianças (se repararmos que é de Gore Verbinski e interpretado por Johnny Depp, é fácil perceber porquê).
Posto isto, convém salientar que este foi o filme que ganhou o Óscar de Melhor Filme Animado do Ano - algo que parece inevitável depois de o vermos.
Rango é uma divertidíssima aventura que tem lugar no seio do deserto americano, onde a escassez de água é uma ardente realidade.
O protagonista é súbita e inesperadamente largado no meio do nada. A partir daí tudo pode acontecer e os principais personagens desérticos estão lá.
Rango está à procura de alguma coisa e, pelo caminho, encontra-se a si próprio. É sempre mais fácil encontrarmo-nos longe de tudo o que nos é familiar. Longe de tudo o que esperam de nós. Longe de todas as expectativas enraizadas. É, talvez por essa razão, que as viagens são sinónimo de libertação e tranquilidade, sentimo-nos livres e em paz, quando estamos longe das amarras quotidianas que nos (auto) impõem.
É quando começamos a percepcionar que as pessoas de quem nos sentimos mais próximos (ou com quem nos sentimos menos sós) são as pessoas com quem somos realmente nós próprios (ou com quem sentimos que estamos mais próximos do nosso ser).
E é, sobretudo, nos momentos adversos que nos confrontamos e nos conhecemos ou (re)encontramos.
E que mais belo e adequado lugar para essa epifania do que no sítio da ausência de tudo, a terra do nada: o deserto.
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