Como escreveu Henrique Raposo "inferno é estar entre os melhores anjos da nossa natureza", será viver entre dois céus, será fazer uma escolha impossível e viver até ao nosso último sopro em comunhão com essa decisão.
Ninguém desconfiará, ninguém imaginará que aquelas cinzas sossegadas e discretas, foram um fogo que ardeu violentamente. Ninguém saberá que há um lado (há sempre um lado) desconhecido e secreto, que apenas a nós pertence, como se não tivesse existido. E não existe, porque a vida é o dia a dia, os grandes momentos são apenas instantes passageiros ocultados pelo movimento diário.
Esta cena é testemunho dum desses grandes momentos, porque o cinema é perito em ocultar a vida de todos os dias - aquilo que passamos a maior parte do nosso tempo a fazer, a sentir ou a pensar - e a eternizar os instantes decisivos da vida:
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