sábado, 5 de janeiro de 2013

On The Road


Já o disse antes e volto a repetir: "os actores são feitos da mesma matéria de que são feitos os sonhos". Shakespeare não podia estar mais certo. Um leque de bons actores pode tornar um argumento fraco em algo que se consegue consumir (às vezes até com algum prazer), tal como uma carrada de maus actores pode arruinar completamente um bom argumento.

On The Road está a meio. Não considero o filme bom: tenta ser fiel ao livro, mas arrasta-se em cenas demasiado longas que lhe retiram o brilhantismo. Mas a machadada final que torna o filme fraco são os actores. Não me refiro obviamente a Viggo Mortensen, Amy Adams ou Steve Buscemi, que têm interpretações tão boas, como curtas. Não entram mais do que cinco minutos em cena, pelo que não conseguem ter impacto relevante. Não me refiro também à sempre brilhante Kirsten Dunst, que salva algumas das cenas do filme. Refiro-me ao trio de actores principais, que estragam completamente todo o sentido do filme com os seus maneirismos e fracos desempenhos. Não quero ir tão longe ao ponto de dizer que qualquer um deles deveria desistir de representar (embora no caso da actriz isso pudesse salvar alguns filmes). A verdade é que talvez também não tenham sido bem dirigidos. A prestação do realizador é fraca, quer na montagem, quer na direcção de actores.
As ideias são muito boas, mas há algo que falha.

Tenho pena que um livro desta envergadura seja adaptado ao cinema desta forma, porque é suposto o cinema fazer-nos sonhar - sobretudo se é baseado numa obra de enorme valor. Este filme apenas nos consegue desencantar: going nowhere.

Nenhum comentário:

Postar um comentário