Ben Affleck tem vindo a surpreender, pelo menos a mim que nunca fui grande fã do actor. Para além das suas interpretações estarem a ficar cada vez mais maduras, revelando um talento que não lhe conhecia; a sua prestação como realizador tem-nos trazido mais do que agradáveis surpresas: filmes de referência.
The Town foi um filme surpreendente de elevada qualidade que deslumbrou quem o viu. Em Argo, Affleck vai ainda mais longe e avança para o patamar seguinte, onde apenas entram filmes de merecido destaque e o espectador é raptado pelo ecrã.
Argo é baseado numa história verídica, já de si curiosa e alucinante. Argo era o título fingido dum filme que nunca existiu. Foi o cinema com toda a sua farsa e fascínio que permitiu que salvar aquelas pessoas passasse de miragem a missão.
É um filme que nos remete para os conflitos do mundo, para o "estar no local errado à hora errada" ou a sua antítese. Remete-nos para as mudanças radicais que o nosso pequeno mundo diário pode sofrer, para as consequências inimagináveis duma multidão enfurecida. É um filme sobre a esperança no meio do caos. Sobre a instabilidade de locais onde o radicalismo impera. Sobre uma missão que parecia impossível, mas que o cinema com toda a sua arte do fingimento viabilizou.
Excelentes interpretações de todos os actores e rigoroso trabalho de realização torna Argo um dos melhores filmes do ano.
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