Este é um daqueles filmes que entrou de imediato para a minha top list (aquele espacinho infinito onde cabem sempre mais).
Se eu fosse um dos membros da Academia estaria com sérias dificuldades em decidir-me entre este genial The Artist e esse magnífico The Tree Of Life. Dois filmes bem distintos, mas igualmente geniais.
The Artist é primeiro e, acima de tudo, uma homenagem ao cinema. A sétima arte é uma das mais vastas e ricas invenções do Homem. O cinema tal como o conhecemos hoje, nem sempre assim foi. Até ao deslumbramento pela tecnologia houve longos passos na história, o som e a cor, dados adquiridos hoje em dia, não nasceram com o cinema. Surgiram mais tarde, enriquecendo e enaltecendo essa arte de deuses.
Usei os verbos enriquecer e enaltecer, mas nem por isso o cinema era mais pobre durante a época do mudo. Um dos mais interessantes filmes que vi chama-se A Boceta De Pandora de Pabst, com uma deslumbrante Louise Brooks e é nada mais nada menos do que um fascinante filme. É mudo: sim! Mas não deixa de ser uma obra grandiosa que ultrapassa em larga escala muitos filmes coloridos e bem sonoros.
Este The Artist é uma lufada de ar fresco na habitual oferta das salas. Temos tido filmes bastante bons: é certo; mas The Artist é um adorável e invulgar trabalho que deixa qualquer um sorridente. É uma experiência de magia, na qual se vive o cinema em todo o seu esplendor.
A música, um dos veículos mais poderosos de sempre, é explorada de forma genial.
Os actores (suspiro)... O que se pode dizer de pessoas tão expressivas e talentosas que parecem ter nascido para a arte de representar? Qualquer um dos papéis assenta que nem uma luva aos respectivos artistas.
E a história, bom, a história é duma singularidade ímpar. À semelhança de Crepúsculo dos Deuses também este filme se debruça sobre a viragem duma época no mundo da sétima arte, bem como os consequentes impactos nas vidas dos que davam/dão vida a essa mesma arte.
E, claro, o amor! O amor como veículo único de redenção/salvação.
Se há eternidade essa existe no amor.
E se há maneira de a captar por um instante, o cinema existe para isso mesmo.
Genial!!!
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