Michelle Williams: lembro-me de a ver pela primeira em Dawson's Creek e de a detestar. Depois veio Brokeback Mountain, Shutter Island e Blue Valentine, entre outros, e a minha admiração por esta actriz cresceu na mesma proporção em que a que sentia pela companheira na série (Katie Holmes) decresceu. Williams casou-se com Heath Ledger (outro talentoso e promissor actor) com quem teve uma menina. Ledger faleceu há pouco tempo, deixando o mundo do cinema mais pobre.
Williams tem vindo a revelar-se uma actriz magnífica em cada novo papel. Jamais me esquecerei da cena da revelação em Brokeback Mountain ou do olhar perdido em Shutter Island.
Mas é neste My Week With Marilyn que Williams brilha de forma estrondosa.
A sua prestação é dum enorme talento, conseguindo ser simultaneamente frágil e sensual, insegura e sexy, desequilibrada e doce.
Para além da actriz, todo o restante leque de actores é duma mestria singular, nomeadamente Kenneth Branagh e, uma das maiores e mais espantosas actrizes de sempre (que tem outro filme em cartaz que tenciono ver em breve) Dame Judi Dench. Palavra especial para Eddie Redmayne que possui uma representação notável.
É por filmes desta envergadura que se sente que os actores são mesmo feitos da mesma matéria de que são feitos os sonhos.
Marilyn Monroe foi um dos maiores ícones de sempre, eternizada em inúmeras obras no grande ecrã. A sua imagem universal contrastava com o ser inseguro e frágil que se escondia por detrás daquela aparência bombástica.
Frequentemente as pessoas que parecem mais divertidas e alegres são tristes e deprimidas e a imagem que temos dum grande ídolo não costuma ter lugar para medos e angústias, sentimentos tão humanos, que não podem de maneira alguma ser atribuídos a deuses.
Mas as coisas e as pessoas são como as vemos e não como julgamos que são e os deuses existem apenas na nossa cabeça.
"Nous ne voyons pas les autres comme ils sont, nous les voyons comme nos sommes."
Anais Nin