sábado, 6 de abril de 2013

Six Feet Under


Six Feet Under foi a melhor série que alguma vez vi (não que a lista nos dias que correm seja longa).

Acompanhamos uma família, proprietária duma pequena funerária bem caseira. Cada episódio começa com a morte de uma determinada pessoa. O primeiro episódio avança com o fim do patriarca da família, desenterrando assim o primeiro pedaço da série. Este acontecimento traz o regresso a casa do filho mais velho e um (lento e gradual) rearranjo na dinâmica da família, constituída pela mãe, o irmão do meio e a irmã mais nova.

O que torna esta série tão especial são os temas abordados e a maneira como são desenvolvidos ao longo de todo o seu percurso que culmina brutalmente ao fim de cinco temporadas. Temas que tocam a todos os seres humanos, como a fé, o envelhecimento, o preconceito, a vergonha, o desencanto, a incerteza, a solidão. Vamos acompanhando a história familiar e o percurso particular de cada um daqueles membros, com os quais nos rimos, nos identificamos, repudiamos, nos comovemos até ficarmos cada vez mais e mais ligados, porque estamos ali retratados.
Todos os actores têm desempenhos notáveis, o que enriquece substancialmente a série e é decisivo para o seu elevado grau de qualidade. E as séries têm destas coisas (quase como os livros): por se desenvolverem ao longo do tempo a relação que criamos com os personagens é mais forte e duradoura do que na sétima arte. Aqueles seres acompanham-nos semana após semana, mês a mês e os anos vão passando enquanto as temporadas se nos vão desfilando.

Aquela família somos todos nós, os mesmos dramas, as mesmas alegrias, os mesmos medos, as mesmas frustrações.
O final da série é memorável e, possivelmente, do melhor que já se fez em televisão. Dificilmente se esquecem os três últimos episódios, nomeadamente os momentos finais do derradeiro.

Definitivamente: a melhor série de sempre!

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