Killing Them Softly não é um filme suave.
Brad Pitt interpreta o assassino que gosta de matar suavemente, ou, por outras palavras, que não gosta de conflitos ou confrontos e prefere apanhar as vítimas desprevenidas.
A ideia subjacente ao filme vai de encontro ao individualismo que impera nas sociedades actuais.
A maior lei é o dinheiro. E, nessa medida, é cada um por si. Numa sociedade consumista e profundamente capitalista, o dinheiro é o único rei, que impera de forma aleatória e desapiedada. E, se o dinheiro é rei, as coisas passam a ter mais valor do que as pessoas, o ter sobrepõe-se ao ser. E nesse frenesim de ter mais, nessa ânsia de açambarcar, outras coisas vão ficando esquecidas, até desaparecerem por completo.
Outra questão abordada é a necessidade intrínseca que temos de contar o que fizemos, o que somos, o que alcançamos. Espelho duma sociedade de televisões e "big brothers", em que tem de haver sempre uma audiência para cada um dos nossos passos. Esquecemos que o silêncio é de ouro.
Apesar de haver momentos muito bem conseguidos (sequência do assalto), o filme tem um ritmo fraco e alonga-se demasiado em cenas que não têm grande interesse, nem fazem muito sentido no filme, retirando inclusivamente sentido ao filme e tornando-o maçador. Nem mesmo as prestações de qualidade, nomeadamente no caso de Brad Pitt (sempre muito competente em qualquer papel, um dos mais versáteis actores da actualidade) salvam o filme.
Killing Them Softly tem ideias interessantes, mas não passa duma enorme e maçadora sequência de cenas.
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