quarta-feira, 25 de julho de 2012

Moonrise Kingdom


Ora aqui está uma obra surpreendente.
Eis que vou ao cinema despida de expectativas (e nos dias que correm ainda há espaço para expectativas?) e este filme tem um efeito de deslumbramento.
Para além do soberbo leque de actores, a história simples e tão divertida quanto tocante apaixona qualquer espectador.
Tem como palco essa época idilica e sem fronteiras que se chama juventude.Aquele tempo onde se acredita até ao último folego, até à última gota. Aquele tempo onde tudo é possível. Aquele tempo onde o lugar para sonhos e possibilidades é infinito. Onde "pensar é estar doente dos olhos":

"Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo.
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar."
Alberto Caeiro

Imperdível!

Um comentário:

  1. Finalmente uma crítica que dá gosto de ser lida e com direito a poema que tem um enquadramento perfeito! Parabéns!
    Muitos do críticos que hoje em dia consumimos deviam dar uma vista de olhos por estes blogs mais independentes!

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