A minha grande paixão (desde que me lembro) mantém-se inalterada: a sétima arte.
Ainda me lembro do primeiro filme que vi no cinema. Uma das imagens, vívida na minha mente, relembro-a como se fosse hoje: o Tio Patinhas a atirar-se para a sua piscina de cifrões e a nadar no meio do dinheiro. Não me lembro de chorar, quando as luzes se apagaram e ficou tudo às escuras - no momento imediato antes do filme iniciar (conforme os meus pais descrevem). Mas, também segundo eles, esse chorinho só durou até o ecrã se acender. Foi amor à primeira vista e, a partir daí, a paixão propagou-se durante horas e horas de interminável devoção.
Tenho saudades de ir ao cinema, apenas pelo cinema. Tenho saudades de me dirigir até um edifício que é o cinema e não o shopping. Obviamente que adoro a oferta cinematográfica que os shoppings permitem, gosto do conforto das salas e da qualidade com que se consegue desfrutar da película. Mais n’est-ce pas la même chose.
A mais completa das artes merece ovações, merece as melhores obras arquitectónicas para a albergar, merece uma casa de espectáculos à altura da sua grandeza.
Adoro aqueles momentos antes do iniciar do filme em que aguardo que ele se estenda à minha frente, revelando-se a cada segundo.
É indescritível este efeito magnético que o cinema tem em mim: prende-me cada vez mais em cada rendez-vous.
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